Todos queremos ser [os mesmos] jovens?

Esses dias eu estava lendo uma crônica da Ivan Angelo, chamada Receita de Felicidade. Simpática, afirmava que é muito difícil ser feliz antes dos 30, já que a juventude tem urgências, compromissos com a aprendizagem, com a paixão, sonhos e competição, elementos que, embora muito bons, não geram felicidade, mas sim angústia.

Sim, we all want to be young, e eu também quero. Nossa geração Y tem sede por estas angústias. Quer sucesso, quer se comunicar rápido e crescer mais ainda, nem que para isso tenha que pular de galho em galho e empresa em empresa até ter um cargo gerencial para chamar de seu. Opa! Tô dentro.

O que eu não quero para mim é que a categoria Y se torne um imperativo do que eu devo ser. É impressão minha ou tem uma certa dose de estereótipo pairando no ar?

Penso em processos seletivos que participei nos últimos tempos. Ter as características Y é sinônimo de sucesso: o cara vai começar como trainee e ganhar seu primeiro milhão antes dos 30. Agora se você é tímido, ou não entrou para a nova rede social, ou não tem smartphone nem tuíta a todo instante sem direito a pausa para o banheiro, atenção: é melhor se contentar com o título de incompetente. Ou arranjar marido rico.

Lembro ainda que os Y não são apenas uma nova geração de profissionais, são um segmento de mercado. Isso me faz repensar esse burburinho todo. Falar tanto do que devemos ou não ser é ótimo para as empresas que contratam jovens que querem por a mão na massa. E é melhor ainda para as empresas que vendem para estes mesmos jovens. Ou você acha que aquela nova linha de smartphone com acesso ao Facebook surgiu por coincidência?

Melhorar nossas habilidades e competências é fundamental. Eu luto por isso diariamente, enquanto vou atrás do meu sucesso em meu futuro cargo gerencial. Mas não porque eu sou uma Y. É esta a forma que eu busco a minha felicidade.

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